Organizações sociais defendem novos paradigmas para a reforma política

Documento consolida as propostas dos movimentos sociais para uma forma de pensar e fazer política e de exercer o poder

A Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político Brasileiro lançou hoje (29), em Brasília (DF), o texto consulta da iniciativa popular para a reforma do sistema político. Resultado de inúmeros debates realizados desde 2004, o documento estrutura a proposta em 4 grandes eixos que se interligam:

•    Fortalecimento da democracia direta
•    Democratização e fortalecimento dos partidos políticos
•    Reforma do sistema eleitoral
•    Controle social do processo eleitoral

O texto amplia o conceito da chamada reforma política, que para muitos se restringe à reforma das regras eleitorais. No entendimento das organizações que compõem a Plataforma, uma verdadeira reforma do sistema político inclui uma nova forma de pensar e fazer política e de exercer o poder. “Neste sentido, é fundamental que uma reforma do sistema político comece com o fortalecimento da soberania popular, dos instrumentos do exercício do poder e de seu controle, assim como das normas que regulamentam os processos eleitorais e da representação”.

Para se chegar a este processo, várias são as propostas. Entre elas:
•    Simplificação dos processos de iniciativa popular.
•    Criação de política de financiamento público exclusivo para as campanhas nos processos de referendos e plebiscitos.
•    Proibição de financiamento público e de empresas para iniciativas populares.
•    Criação de um novo instrumento de democracia direta: o veto popular.
•    Publicação das contas partidárias, de forma pormenorizada, na internet a cada mês.
•    Política de alianças (no caso dos cargos majoritários) referendada por pelo menos 30% dos filiados.
•    Fim das votações secretas nos legislativos.
•    Fim da imunidade parlamentar, a não ser, exclusivamente, no direito de opinião e denúncia.
•    Fim do foro privilegiado, exceto nos casos em que a apuração refere-se ao estrito exercício do mandato ou do cargo.
•    Implantação da fidelidade partidária.
•    Voto em listas partidárias transparentes com alternância de sexo.
•    Proibição de disputar outro cargo eletivo durante vigência do mandato.
•    Debates eleitorais organizados unicamente pela Justiça Eleitoral com transmissão facultada aos meios de comunicação.
•    Criação de órgão fiscalizador dos processos eleitorais composto pela Justiça Eleitoral, partidos e organizações da sociedade civil.
•    Manter o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a função judiciária e que seus juízes não sejam os mesmos de instâncias superiores, evitando que recursos contra suas decisões voltem a cair nas suas próprias mãos ou nas mãos de seus pares.

Agora, a proposta está aberta para o recebimento de críticas e sugestões. Encerrado este processo, será a hora de lançar a Iniciativa Popular da Reforma do Sistema Político.

A íntegra do documento está disponível em www.reformapolitica.org.br